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Inteligência espiritual

Paiva Netto

Meditando sobre a responsabilidade de pais e educadores na sólida formação espiritual, humana e ética dos infantes, recordei-me do que, em 1981, disse ao jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Rappoccio Parisi (1921-2016). Defendi a basilar necessidade de unir ao raciocínio intelectual a sabedoria que se origina no coração das criaturas. Sim, porque também existe a inteligência do sentimento, da emoção e, mais que isso, a espiritual, provinda do Mundo ainda invisível aos nossos olhos materiais, por questões de frequência, entre outras. Ninguém morre. Continuamos vivos pela Eternidade.

 

Educação com Espiritualidade Ecumênica

No Manifesto da Boa Vontade (1991), escrevi que, intuitivamente, com acerto, assevera o próprio povo, seguido por eminentes pensadores: “Enquanto há vida, há esperança”, consoante a afirmativa do filósofo grego Teócrito (320-250 a.C.). O caminho mais acertado, portanto, permanece na área da Educação com Espiritualidade Ecumênica, um passo à frente no terceiro milênio, que se aproxima.

Contudo, a insensibilidade de muitos foi a motivação deste expressivo repto do notável Martin Luther King Jr. (1929-1968): “Ao longo do caminho da História, uma das maiores tragédias do homem tem sido o seu limitado interesse pelo próximo, seja este tribo, raça, classe ou nação”.

Por isso há que se orientar os esforços mundiais, aplicando-os na tarefa de resgate da parcela desfavorecida do planeta, colocando, assim, os valores da sociedade na devida ordem e fazendo a marcha do desenvolvimento econômico dirigir-se em prol da criatura humana, porquanto o ser vivente é a geratriz do progresso, a despeito das máquinas. Do contrário, os governos poderão não estar governando para seus povos.

O velho Gandhi (1869-1948) afirmava que “uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias”. E aí, na indiferença de muitos para com os demais, reside a sua fraqueza, se nada fizerem para mudar o rumo dos fatos, para o que é necessário igualmente que parem de culpar a Deus e os Seus preceitos pelos tropeços que dão. Atualíssima, portanto, esta advertência de antigo aforismo do escritor latino Publilius Syrus (85 a.C.-43 a.C.): “Tolo é aquele que afunda seus navios duas vezes e continua acusando o mar de culpado”.

 

Atenção merecida às crianças

Para que isso não venha a ocorrer com os pequeninos que se preparam para a vida, com honra inaugurei, em São Paulo/SP, em 25 de janeiro de 1986, data natalícia da colossal cidade sul-americana, a Supercreche Jesus, que integra um grande Instituto, responsável pela educação diária de milhares de crianças, jovens e adultos. Reflitamos acerca deste ensinamento do Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!”— no Corão Sagrado: “As crianças são os ornamentos da vida neste mundo”.

Delas, Jesus, no Seu Evangelho, segundo Mateus, 19:14, declara: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os impeçais, porque deles é o Reino dos Céus”. E Salomão, em Provérbios, 22:6, aconselha: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”.

Ao anunciar, ainda durante a inauguração da Supercreche Jesus, o advento do Conjunto Educacional Boa Vontade, que surgiria em 25 de janeiro de 1993, também na capital bandeirante, assim resumi sua filosofia de trabalho: Aqui se estuda. Formam-se cérebro e coração.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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